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BIOMAS DO BRASIL: O CERRADO

O que você sabe sobre o Cerrado?

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando um quarto do território brasileiro, contendo mais de dois milhões de quilômetros quadrados, se expandindo por doze estados brasileiros, sendo eles o Amapá, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Grande, não?

É considerado o berço das águas no Brasil, alimentando oito grandes bacias hidrográficas. A importância do Cerrado se tem principalmente pelo caso de ele ser a savana mais rica em biodiversidade do mundo, contendo cerca de 30% de todas as espécies brasileiras e algumas dessas espécies são endêmicas desse bioma, ou seja, são encontradas somente no Cerrado, sendo que quase todas estas endêmicas se encontram em risco de extinção, já que mais de 80% de sua área já foi afetada por ações humanas, principalmente por queimadas criminosas que geram incêndios de grandes proporções e pela expansão agrícola.

O que ajuda com que este bioma tenha tanta riqueza em vida é o fato de que ele é uma área de transição entre outros quatro biomas: a Amazônia, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal.

Os principais ecossistemas encontrados no bioma são o Cerrado típico, Campo limpo, Campo sujo, Campo rupestre, Cerrado sentido restrito, Cerrado rupestre, Mata seca ou mata mesofítica, Mata de galeria, Mata ciliar, Veredas e o Cerradão. O Cerrado funciona como uma floresta invertida, exemplo: Enquanto na Amazônia o solo úmido ajuda a maior parte das árvores a terem raízes pequenas e troncos altos, no Cerrado já se vê o contrário, com vegetação baixa e raízes bem profundas, o que ajuda a puxar água profundamente no solo. Por isso pouco tempo antes da temporada de chuvas as árvores do cerrado já começam a florir, frutificar e ter folhas verdes.

Algumas espécies vegetais típicas deste incrível bioma são o buriti (Mauritia flexuosa), aroeira-do-sertão (Myracrodruon urundeuva), ipês (Tabebuia sp.), embaúba (Cecropia sp), pimenta-de-macaco (Xylopia aromatica) e o embiruçu-do-cerrado (Pseudobombax longiflorum), já como espécies de animais conhecidos temos o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), tatu-canastra (Priodontes maximus), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus) e o gato-mourisco (Puma yagouaroundi). E a Classe que sem dúvidas mais chama a atenção no Cerrado são as aves, por grande variedade em cores, tamanhos e cantos. Entre as endêmicas temos o andarilho (Geositta poeciloptera), bicudo (Sporophila maximiliani), beija-flor-de-gravata-verde (Augastes scutatus), pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis), tapaculo-de-brasília (Scytalopus novacapitalis) e o tico-tico-de-máscara-negra (Coryphaspiza melanotis), e grande parte destas espécies podem ser encontradas atualmente como ameaçadas de extinção. Aves como o pato-mergulhão são exclusivamente avistadas em rios de águas límpidas no Cerrado, e com a poluição dos corpos d’água, esta ave torna-se cada vez mais rara. É estimado que hajam apenas 250 espécimes deste pato na natureza atualmente. Outras aves, como a rolinha-do-planalto, foram recentemente redescobertas. A espécie era considerada extinta por vários anos, até que foi localizado em um local (pore segurança não revelado) deste bioma. Ambas espécies citadas estão criticamente ameaçadas de extinção, e infelizmente, possuem dependência das boas ações humanas para voltarem à um status de conservação seguro.

O Cerrado é sem dúvidas um dos biomas mais bonitos de nosso país, seja pelos campos, águas límpidas, ou pelo canto da seriema e das outras aves nativas do bioma. Por que não preservá-lo?

Texto: Luiz Alberto dos Santos. Fotos de: João Souza, Luiz Alberto e Lindolfo Souto.


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