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OS BEIJA-FLORES

Os beija-flores, aves que fazem parte da família Trochilidae, família originária e exclusiva das Américas, são aves que ocorrem do extremo norte ao extremo sul, do Alasca até a Terra do Fogo. A maior parte dos representantes desta família podem ser encontrados no Brasil e Equador, contendo cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flores.

Os "troquilídeos" (referente às aves da família Trochilidae) estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pelas aves da família Nectariniidae.

Os beija-flores são classificados em duas subfamílias conhecidas: "Phaethornithinae", conhecidos em sua maioria como "rabos-brancos" e "balança-rabos". São beija-flores florestais, mais robustos e não tão coloridos e brilhantes, mas não deixam de ter sua beleza. E "Trochilinae", menores que os demais, a maioria com cores vivas e iridescentes, e grandes diferenças entre machos e fêmeas (dimorfismo sexual), as quais normalmente são menos chamativas do que os machos para não atrair predadores ao ninho e então proteger os seus ninhegos.

O bico dos beija-flores é normalmente longo, mas o tamanho e curvatura varia bastante de acordo com a espécie, pois está adaptado ao formato da flor que constitui a base da alimentação. Uma característica comum é a língua bifurcada e extensível, usada para extrair o néctar das flores.

São as únicas aves capazes de voar para trás e permanecerem imóveis no ar. O batimento das asas é muito rápido e as espécies menores podem bater as asas 70 a 80 vezes por segundo.

Não tem o olfato muito desenvolvido, porém sua visão é muito apurada. Além de poderem identificar cores, são dos poucos vertebrados capazes de detectar cores no espectro ultravioleta, ainda possuindo preferência por cores avermelhadas que lhes chamam a atenção em meio à mata.

Os beija-flores atuam como polinizadores de flores das mais diversas famílias botânicas e usam seu longo bico, provido de uma língua bífida enorme, para sugar o néctar das flores, competindo com outras aves e insetos por essa fonte de alimento. Algumas espécies chegam a visitar duas mil flores por dia em busca do néctar, uma vez que possuem um metabolismo extremante rápido e então necessitam de uma dieta calórica e abundante, por vezes, procuram alimento a cada dez minutos. Complementam sua dieta capturando pequenos insetos e aranhas, que valem como proteínas geralmente utilizadas quando a ave está com filhotes para cuidar.

Pequenos, mas valentes, defendem seus territórios até mesmo de aves bem maiores como gaviões. Gostam bastante de água e tomam banho em poças no chão ou em bromélias, lançam-se contra folhas e se molham nas gotas retidas nelas. Tomam demorados banhos de sol em finos galhos para a termorregulação da temperatura de seus corpos e para compensarem a excessiva perda de energia decorrente de sua escassa massa corporal. Entram em estado de semitorpor* em dias excessivamente frios e durante a noite. Pernoitam em locais protegidos na vegetação ou em escarpas rochosas, diminuindo o ritmo de seu batimento cardíaco incrivelmente. Algumas espécies realizam migrações sazonais (por estações do ano), decorrentes da floração anual de certas plantas, árvores e arbustos em determinadas épocas.

*semitorpor: estado corporal parecido com hibernação utilizado principalmente pelos beija-flores a fim de economizar energia.


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