AVES DA REGIÃO NORTE
O Brasil é reconhecido mundialmente pela sua biodiversidade, sendo um país mega-diverso. Porém, uma região em particular deste país é popular pela sua enorme biodiversidade, cobrindo maior parte do Brasil, a região Norte é caracterizada principalmente pelo Bioma Amazônico, com um trecho de Cerrado ao sul desta região, e o bioma secundário Mata de Cocais ao leste, sendo de transição entre Amazônia e Caatinga. A Amazônia é lar de aproximadamente mil e oitocentas espécies de aves, neste bioma que ocupa um terço da América do Sul ( e 60% do território brasileiro) e contendo dentro de si o mais extenso rio do mundo, o Rio Amazonas! Este, além de possuir diversos afluentes como o Rio Madeira, Tapajós e o Rio Negro, nasce na Cordilheira dos Andes e percorre por nove países, com sua foz no litoral do Brasil. Este bioma, mesmo sendo o último a ser explorado devido ao fato de ser o mais distante do litoral, é ameaçado pela agricultura e pecuária, principalmente, além de queimadas e extração ilegal de madeira. A floresta, auto-suficiente (chamado clímax), possui ecossistemas complexos e qualquer interferência lhe pode causar danos graves. A rica ornitofauna da região é caracterizada principalmente por aves adaptadas ao clima úmido, de plumagem exuberante ou camuflada, estas espécies se adaptam a densa mata. Estas aves despertaram curiosidade nas pessoas e até hoje o fazem, com lendas que movimentam culturas nas aldeias indígenas que lá resistem, na mente de ornitólogos, e de amantes da fauna.
Um belo exemplo deste tipo de ave é o uirapuru-verdadeiro (Cyphorhinus arada), pequena ave de plumagem discreta mas de canto extremamente melodioso, lembrando uma flauta, e asim inspirou culturas, e diz a lenda que a pessoa que conseguir uma pena desta ave terá sorte no amor e no dinheiro ao longo da vida, e se uma mulher colocar uma pena dele sob seu travesseiro, arranjará marido logo. Outra curiosidade é sobre o engenheiro de origem dinamarquesa Johan Dalgas Frish, apaixonado pela nossa ornitofauna, que veio ao Brasil à procura de nossas aves e num tempo que esta ave era considerada extinta, este homem considerado pioneiro na observação de aves registrou por mais de uma vez sua vocalização, se tornando reconhecido até hoje pelos seus feitos. Entre outras espécies, há aves que atraem observadores e fotógrafos de natureza do mundo inteiro para a Amazônia, como o galo-da-serra (Rupicola rupicola) que com sua plumagem amarelo-alaranjado e suas danças nupciais, onde vários machos se reúnem ao solo em uma densa vegetação, é um grande atrativo para os passarinheiros. Outras que pela sua escassez e pela influência em mitos e lendas, assim como o uirapuru, a harpia ou gavião-real (Harpia harpyja) é a águia mais poderosa do mundo, com aproximadamente dois metros de envergadura e um metro de comprimento do bico à cauda, garras de cinco centímetros (maiores que a do urso-pardo-americano), esta bela e majestosa ave habita a copa da floresta e alimenta-se de mamíferos de médio porte e aves, inclusive araras. Esta bela águia florestal é considerada rara de ser avistada, tornando-se um sonho que desafia os observadores de aves. Entre outras aves conhecidas na região Norte, a arara-vermelha-grande, os jacamins, surucuá-de-cauda-preta, gavião-pedrês, rouxinol-do-rio-negro (endêmica das matas ciliares do Rio Negro), chincoã-de-bico-vermelho, sanhaço-da-amazônia, saí-beija-flor, beija-flor-brilho-de-fogo, ariramba-do-paraíso e muitas outras espécies, todas adaptadas às densas matas e ao clima equatorial ou tropical, úmido e quente. É certo afirmar que, devido à extensão destas matas, a dificuldade de se explorar nestas matas e muitos outros fatores, há diversas espécies ainda não descobertas habitando esta região e que logo poderão ser descobertas.